Como a arquitetura e o design de interiores podem garantir ambientes saudáveis e livres de poluentes. O arquiteto Raphael Wittmann ajuda a entender o que está por trás da SED e dá dicas para identificar o problema
A qualidade do ambiente construído tem impacto direto na saúde e no bem-estar dos ocupantes | Foto: Pexels
A nossa casa é o nosso refúgio, o espaço onde recarregamos as energias e buscamos conforto. No entanto, para que possamos estar bem, nosso lar também precisa estar saudável. Ambientes que apresentam mofo nas paredes, cheiro forte de produtos químicos, excesso de poeira ou pouca ventilação podem ser os primeiros indicativos da Síndrome do Edifício Doente (SED), problema reconhecido inclusive pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Os primeiros sintomas de SED podem surgir de forma sutil e passar despercebidos pelos moradores, como dores de cabeça frequentes, irritação nos olhos ou cansaço excessivo. Mas que a longo prazo, eles podem condenar a saúde de muitos. Por isso, identificar e corrigir esses problemas a tempo pode evitar impactos significativos na saúde dos moradores”, alerta o arquiteto Raphael Wittmann, à frente da Rawi Arquitetura + Design.
O que é a Síndrome do Edifício Doente e quais são seus sintomas?
A SED é uma patologia decorrente de quando um ambiente construído causa desconforto e problemas de saúde em seus ocupantes. Entre os sintomas mais comuns estão irritação nos olhos ou no nariz, dor de cabeça, dor de garganta, alergias, dificuldades respiratórias, fadiga e tontura. Para Raphael, uma das formas mais simples de constatar uma SED, que há a relação entre o ambiente e os sintomas, é observar se eles melhoram quando a pessoa deixa o local afetado.
Causas
Dentre os fatores mais comuns que contribuem para a SED, destacam-se:
- Ventilação inadequada: Ambientes com pouca renovação de ar acumulam poluentes, poeira e umidade, favorecendo fungos e ácaros. Até tapetes, carpetes e cortinas, grandes acumuladores de poeiras e microrganismos podem ser alarmantes se não receberem manutenção diária;
- Materiais tóxicos: Tintas, vernizes, adesivos, carpetes e alguns tipos de MDF podem emitir compostos orgânicos voláteis, quando inalados podem desencadear crises de alergias e problemas respiratórios;
- Umidade excessiva e infiltrações: O acúmulo de umidade favorece a proliferação de microrganismos e piorar a sensação de edifício doente;
- Falta de manutenção de sistemas de ar-condicionado: Filtros sujos e dutos contaminados podem espalhar microrganismos nocivos pelo ambiente;
- Iluminação deficiente: Ambientes sem luz natural ou com iluminação artificial inadequada podem causar fadiga ocular, enxaquecas e desconforto;
- Poluição sonora: Ruídos excessivos comprometem a qualidade do sono, aumentam o estresse e afetam a concentração. A poluição sonora de grandes cidades, como uma vizinhança agitada, pode causar também irritabilidades e dificuldade de concentração;
- Ergonomia inadequada: Mobiliário desconfortável pode causar dores musculares e fadiga. Até a disposição inadequada da mobília, com pouca circulação, pode aumentar a sensação de confinamento e causar problemas psicológicos.
“A escolha de materiais adequados em reformas e construções, manutenções periódicas de equipamentos de ventilação, troca para iluminações mais assertivas e o correto planejamento dos ambientes são fundamentais para evitar a SED. Projetos bem elaborados garantem uma circulação de ar eficiente e reduzem a exposição a agentes nocivos”, reforça o arquiteto.
A qualidade do ar influencia essa condição?
O ar interno pode ser mais poluído do que o externo devido ao acúmulo de substâncias tóxicas, ácaros e fungos. Para evitar problemas, é essencial garantir ventilação adequada, utilizar purificadores de ar e fazer a manutenção de equipamentos como ar-condicionado e exaustores. “E é uma patologia que pode afetar qualquer edifício, principalmente aqueles com baixa ventilação ou falta de manutenção. Construções herméticas, como edifícios corporativos, são especialmente vulneráveis devido à menor renovação do ar”, completa.
Soluções
Para reduzir os riscos da SED, Raphael Wittmann selecionou algumas medidas que podem ser adotadas:
- Priorizar a ventilação natural sempre que possível;
- Escolher materiais de acabamento atóxicos;
- Realizar manutenção regular em sistemas de climatização;
- Controlar a umidade e prevenir infiltrações;
- Garantir uma iluminação equilibrada e adequada a cada atividade;
- Ajustar a ergonomia dos espaços para evitar problemas posturais.
Raphael enfatiza que “um ambiente saudável começa com escolhas conscientes. Utilizar materiais de baixa emissão de poluentes e pensar na iluminação adequada pode fazer toda a diferença na qualidade de vida dos ocupantes”. Como arquiteto, o profissional acredita que a criação de projetos arquitetônicos bem elaborados deve prever soluções que minimizem os impactos da SED desde a concepção do espaço.
Ele destaca o uso de normas e regulamentações para combater essa síndrome, como a ABNT NBR 16401, que estabelece parâmetros para a qualidade do ar em ambientes internos. Além disso, certificações como LEED e WELL incentivam práticas saudáveis na construção e manutenção de edifícios.
Como gestores e proprietários podem prevenir essa condição?
- Realizar manutenção periódica dos sistemas de climatização e ventilação.
- Escolher materiais sustentáveis e atóxicos.
- Garantir ventilação adequada nos ambientes.
Consultar profissionais especializados para auditorias e inspeções.
“A prevenção da SED depende de um conjunto de boas práticas, desde o projeto até a manutenção do edifício. Garantir um ambiente saudável não é apenas uma questão de conforto, mas de qualidade de vida e bem-estar a longo prazo”, reforça Raphael.
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