Um projeto de arquitetura depende de inúmeros fatores que vão muito além de divisão de cômodos e disposições de móveis. Para que a obra possa ficar perfeita, que é o objetivo de todo arquiteto dedicado, cada detalhe conta.
Portanto, ao se projetar uma casa ou mesmo espaços internos, é imprescindível pensar nos aspectos naturais, como tipo de solo, clima, temperatura, localização geográfica, percurso do Sol, sentido dos ventos, as vistas para o entorno, e a iluminação.
Este último é importantíssimo, desde a concepção de um projeto arquitetônico ou de interiores, até a finalização da obra, pois ela que a deixará mais harmônica, funcional e econômica. Por vezes, ela pode ditar todo o contexto e disposição de certos objetos, sendo a peça chave para aquele ambiente.
É preciso levar em conta dois tipos de iluminação: a natural e artificial. Uma complementa a outra, fazendo com que ambas sejam essenciais em projetos de arquitetura e de interiores.
Os tipos de iluminação
Um bom arquiteto deve pensar em todos os aspectos do projeto arquitetônico ou de interiores e saber reconhecer todos as características da iluminação natural ou artificial.
Afinal, a luz pode transmitir diversos sentimentos e sensações. Por exemplo, se o ambiente for mais intimista, a luz mais fraca, leve, proporcionará a sensação de calma, vontade de dormir, descansar.
Caso seja mais clara, forte, transmitirá alegria, energia, fazendo despertar ou deixar em alerta, ideal para cozinhas e escritórios.
Ao pensar em iluminação, também deve-se levar em conta tudo o que compõe o ambiente, como disposição dos móveis e também a textura das paredes, se são rugosas, lisas, coloridas, monocromáticas, etc.
Afinal, é preciso saber quanto de luz projetar em cada objeto decorativo, parede, móveis, dentre outras que merecem a atenção para deixar o ambiente mais harmonioso.
Confira no vídeo os principais efeitos de uma boa iluminação:
Iluminação natural
Quando se inicia um projeto arquitetônico, é preciso entender que a luz natural é muito importante.
Para tal, antes mesmo de iniciar o projeto, deve-se analisar todos os aspectos relacionados à localização do terreno, para onde apontam norte e sul, onde o Sol nasce e se põe, os diferentes movimentos do Sol ao longo do ano, as sombras da edificação que está sendo projetada e das edificações do entorno, para que cada cômodo da casa/prédio/estabelecimento seja devidamente favorecido pela luz natural e que não atrapalhe as pessoas no local.
Por exemplo, priorizar para que o sol possa bater no quarto preferencialmente pela manhã ou pelo menos à tarde, bem como as áreas sociais também recebam o sol.
Ou, certificar-se de que, ao assistir TV, a luz do sol não atrapalhe quem assiste. Além disso, enquanto a cozinha deve ser um lugar mais arejado, para que se possa cozinhar melhor, a lavanderia precisará do efeito direto do sol para que as roupas sequem rapidamente.
E mais, considerar o melhor local para a piscina e solário, preferencialmente onde se possa receber sol o dia todo.
Desta forma, na hora de projetar as aberturas de janelas e portas externas, é preciso se atentar aos tamanhos e como a luz irá incidir e refletir nos ambientes em cada momento do dia.
Afinal, o Sol se movimenta durante o dia, iluminando de diferentes formas, é sendo dever do arquiteto saber usar isso para favorecer o projeto da casa ou edificação
Um fator também importante é o chamado solstício, o momento em que o Sol atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador. Os solstícios ocorrem em dezembro e em junho.
A chegada do solstício marca a chegada das estações, sendo que no hemisfério sul ocorre por volta do dia 21 de junho, marcando a chegada do inverno e a chegada do verão por volta do dia 21 de dezembro. E, no hemisfério norte, ocorre o contrário, a chegada do verão acontece em junho e a do inverno acontece em dezembro.
Entender como o movimento do Sol se comporta ao longo do ano por meio das estações e solstícios, é tão importante quanto entender o seu movimento durante o dia. Por exemplo, no hemisfério sul quando estamos no inverno, o Sol está mais inclinado para o norte, enquanto que quando estamos no verão, no meio dia ele está mais a pino.
Sendo que, no hemisfério norte, acontece o contrário. E mais, até mesmo o ponto que o Sol nasce no leste ao longo das diferentes estações do ano, não é o mesmo e deve ser compreendido pelo arquiteto. Por isso, acima, explicamos que se deve preferencialmente expor, no hemisfério sul, as piscinas e solários para o norte, aproveitando melhor o Sol também durante o inverno.
Portanto, como você pode perceber, os fenômenos e elementos naturais interferem no projeto arquitetônico. Isso pode ser positivo ou negativo, dependendo do planejamento do arquiteto, da escolha do terreno, dos materiais utilizados. Afinal, cada detalhe conta e cada um deles faz toda a diferença.
Iluminação artificial
Para uma iluminação a base de luz artificial perfeita, é preciso entender para que serve cada tipo de lâmpada e em qual ambiente será melhor instalá-la.
Por exemplo, a iluminação da cozinha não deve ser igual a do quarto, enquanto um precisa de uma luz mais intensa forte, para realizar as tarefas que exigem atenção e alerta, o outro precisa de uma luz mais leve, pois deve ser aconchegante e tranquilo para que as pessoas possam descansar ou dormir, planejando eventualmente, pontos específicos para auxílio de leitura, como abajur, arandelas ou pendentes sobre o criado mudo.
A grande vantagem da iluminação artificial é alcançar locais que a natural não alcança, valorizando fachadas, jardins, piscinas, monumentos, museus, galerias, escritórios, restaurantes, além de poder controlar a quantidade de luz no ambiente ou em pontos específicos.
Atualmente, existem muitas opções de lâmpadas no mercado. As opções variam desde escolha por tamanho, cor, economia, design, potência, durabilidade e segurança, tudo vai de acordo com o que cada cômodo ou artefato precisa. Além disso, é importante saber escolher a iluminação de sua casa, pois, pode reduzir o consumo de energia, economizar dinheiro e contribuir com o meio ambiente.
As mais comuns são: incandescente, fluorescente e LED, sendo que, esta última é a melhor opção, não só por questões estéticas, mas principalmente econômicas, sustentáveis e vida útil.
Afinal, enquanto uma lâmpada comum de 60 watts tem mil horas de vida e a lâmpada econômica (fluorescente compacta) tem 15 watts e oito mil horas de vida, a lâmpada de LED equivalente tem 11 watts e 30 mil horas de vida. Sendo uma opção 25 vezes mais econômica, gerando menor manutenção.
Além disso, emitem menos calor que as outras, são eco-sustentáveis, recicláveis e não emitem raios infravermelho e ultravioleta, sendo também uma opção melhor para a saúde.
Com as diferentes opções de iluminação que temos hoje, é possível executar um projeto harmônico, sofisticado e detalhista, de forma mais econômica e consciente, e com maior facilidade de instalação, já que existem diversos modelos prontos LED que não dependem de reatores e transformadores, que possibilitam a criação de efeitos e cenas, onde quiser, mesmo em lugares que tenham umidade, interferência da chuva ou dentro d’água.
Afinal, as lâmpadas LED são mais duráveis e resistentes e, as dimerizáveis, podem ser controladas através de dimmers, para emitir a intensidade de luz desejada, deixando a obra e os elementos internos muito mais valorizados, bem como os ambientes mais aconchegantes e funcionais.
Fatores que tornam a iluminação artificial importante para a arquitetura
- Decoração: A combinação da luz artificial com a natural podem deixar o ambiente muito mais bonito. Instalando os tipos de lâmpadas certos em locais favoráveis, é possível valorizar o ambiente, dando impressão de mais espaço ou destacando artigo de decoração. Além disso, é possível controlar a intensidade da luz de acordo com a iluminação externa e necessidade do ambiente, criando vários cenários de decoração.
- Conforto: Durante a execução do projeto, é possível instalar sistemas que deixem a luz automatizada, trazendo mais conforto aos usuários, que podem controlá-la por painéis nas paredes ou mesmo aplicativos pelo celular, além de criar diferentes cenários, diminuir ou aumentar a intensidade e também iluminar apenas um ponto, como em momentos de leitura ou outras atividades manuais. Com a automação dos cenários, se pode escolher as opções que mais te agradam, por exemplo, acendendo diferentes circuitos de lâmpadas ao mesmo tempo numa única cena, trazendo maior praticidade e conforto.
- Bem-estar: Todo o design de interiores em si pode passar a sensação de bem-estar para quem se encontra no ambiente. Com a iluminação isso não é diferente, pois espaços corretamente iluminados, não somente com relação à intensidade e temperatura de cor, mas também com relação aos tipos de lâmpadas, localização das luminárias e design geral da iluminação e das luminárias, traz bem-estar, aconchego e funcionalidade para todos os espaços, valorizando e complementando o design de interiores.
- Economia: Durante o projeto, é possível prever lâmpadas LED, que iluminam melhor, são mais econômicas, mais práticas para instalar, pois podem dispensar reatores e transformadores, podem ser dimerizáveis e automatizadas, são recicláveis e têm maior vida útil, demandando menor manutenção. Sem sombra de dúvida, proporcionam excelente custo benefício, já que são baratas por todas as vantagens expostas.
Como pôde ver, a iluminação não poderá ficar de fora do processo criativo do projeto arquitetônico ou de interiores da sua casa ou apartamento.
Por isso, destacamos a importância de se trabalhar com um profissional especializado para executar o seu projeto de arquitetura ou de interiores e acompanhar a sua obra, de forma que todos esses aspectos apresentados possam ser solucionados pelo profissional da melhor forma possível para você, garantindo um melhor design, funcionalidade, qualidade, economia e durabilidade.
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