Como elaborar a configuração perfeita de uma sala de estar
Coerência na definição dos móveis, cores e objetos decorativos são os pontos que entregam o ambiente perfeito nos projetos residenciais

Planejamento, mobiliário, iluminação e acabamentos fazem toda a diferença no ambiente mais acolhedor da residência. Vale também apostar em peças de design nacional, como Sérgio Rodrigues, Lina Bo Bardi e Alessandra Delgado, apresentados no projeto acima | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Foto: Rafael Renzo
A sala de estar é, para muitos, o coração da casa. Geralmente, é nesse espaço que a família se reúne, que os convidados são recebidos e onde os moradores relaxam no dia a dia. Por isso, sua configuração vai muito além da simples disposição de móveis: envolve escolhas de layout, iluminação, materiais, texturas, cores e elementos de design que expressam o estilo de vida de quem ali mora.
Mas como esse conjunto é elaborado na arquitetura de interiores? Para responder essa questão, nada melhor que acompanhar alguns dos resultados alcançados pelo arquiteto Raphael Wittmann, à frente do escritório Rawi Arquitetura + Design.
O layout como ponto de partida

Neste apartamento assinado pelo arquiteto Raphael Wittmann, um detalhe chama atenção logo de cara: a obra de arte colocada na parede onde está o sofá | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Foto: Juliana Deeke
Segundo o profissional, a configuração da sala começa pela análise do espaço disponível, considerando a lista de móveis que irão compor o ambiente. Para Raphael, na sala de estar não podem faltar:
- Sofá: define a área de convivência e precisa oferecer conforto para o uso cotidiano. Pode ser em L, reto, ilha, com chaise ou até modular, dependendo da proposta e das características do espaço;
- Poltronas ou cadeiras de apoio: proporcionam assentos extras, como um canto de leitura ou descanso para compor com o sofá ou para receber convidados;
- Mesa de centro: além de seu design ajuda na decoração como suporte para objetos, livros, bebidas e alimentos;
- Rack, painel, estante, prateleira ou aparador: organizam livros, eletroeletrônicos, plantas e demais objetos decorativos;
- Tapete: delimita a área de estar, pode trazer cor e oferecer aconchego visual e acústico;
- Mesas de apoio e laterais: úteis para apoiar luminárias, livros ou uma bebida, como uma xícara de café ao lado do sofá.



Neste living executado pelo arquiteto Raphael Wittmann, desde os pequenos detalhes, como as mesinhas laterais e centrais repletas de itens decorativos, que revelam o estilo dos moradores, refletindo suas preferências e histórias pessoais | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Foto: Rafael Renzo
O arquiteto enfatiza que a sintonia nesse conjunto deve respeitar proporção e escala. Um sofá demasiadamente grande em uma sala compacta gera sensação de aperto, enquanto móveis pequenos demais em áreas amplas denotam a percepção de vazio. “Sem esse ‘caminho do meio’, a harmonia e o acolhimento se perdem”, avalia.

Neste estar com atmosfera de home theater, as paredes brancas e a iluminação natural ampliam e clareiam o espaço. O arquiteto Raphael Wittmann investiu em um sofá modular e retrátil, adornado com almofadas de várias texturas e uma manta drapeada que seguem nuances naturais | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Foto: Rafael Renzo
O profissional também chama atenção para o formato dos ambientes: salas quadradas permitem layouts simétricos, enquanto as retangulares pedem soluções lineares. Já em áreas compactas, um sofá reto, acompanhado de poltronas soltas pode resolver o conforto sem sacrificar a circulação. “Não adianta apenas pensar na estética, a configuração precisa respeitar a rotina dos moradores para ser, de fato, funcional”, completa.

Na reforma deste apartamento antigo, com 70 m², o arquiteto Raphael Wittmann aproveitou a sala de estar, com formato corredor e que dá acesso à área íntima e a varanda, para constituir o layout com sofá, poltrona com apoio para os pés e uma estante onde estão expostos itens decorativos e o acervo de livros dos moradores | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Fotos: Juliana Deeke
Iluminação que valoriza

No projeto desta casa, as esquadrias de vidro fornecem uma conexão única com o exterior e inundam o espaço com luz e ventilação natural | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Foto: Juliana Deeke
É claro que a iluminação natural é sempre bem-vinda para um estar, mas apostar em uma combinação com fontes de luz artificiais garante versatilidade ao espaço. Para Raphael, é possível combinar um plafon central que distribui a luz de forma uniforme, enquanto luminárias de piso ou abajures inserem luz para momentos de descanso.
Ele ainda destaca que a luminotécnica deve dialogar com o décor. “A luz precisa contar uma história junto com os móveis e revestimentos. Uma iluminação bem projetada transforma completamente a percepção do ambiente”. Ele também recomenda as luzes indiretas: “aquela iluminação no teto cheio de spots já está ultrapassada, invista nas luzes indiretas, como abajures, pendentes e arandelas para criar um espaço mais acolhedor e confortável”.
Integração com outros espaços
A amplitude gerada pela integração de ambientes é muito valorizada hoje em dia. A conexão da sala de estar com outros ambientes, como sala de tv, varanda, cozinha e até gourmet e quintal, valorizam o espaço de convivência devido à sensação de leveza e continuidade.

Super conectada à natureza, essa sala se abre para um deck de madeira e se projeta em direção a uma exuberante área verde | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Foto: Rafael Renzo
Em projetos contemporâneos, a ligação direta com a varanda é um recurso bastante valorizado. Painéis de vidro, por exemplo, permitem que a luz natural adentre a sala, além de trazer maior conexão entre o exterior e o interior, valorizando a vista e o paisagismo.
Em geral, Raphael pontua que tons neutros como bege, cinza e off-white, sempre funcionam como bases leves, enquanto cores intensas podem aparecer em pontos estratégicos como almofadas ou quadros.
O arquiteto sugere ainda a valorização de texturas presentes na madeira, linho, couro e veludo como estratégias para entregar camadas visuais e táteis. “O uso inteligente delas é o que dá alma à sala de estar. Muitas vezes, uma composição simples, mas bem escolhida, transmite mais que uma decoração carregada de informações”, pondera.
Pontos focais criativos

Nesse estar, o arquiteto Raphael Wittmann explorou o generoso espaço da sala com a disposição de sofá, uma dupla de poltronas e um banco. Ele se pautou no design das peças, como na alternância de cores que entregou uma elegância atemporal | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Foto: Rafael Renzo
Embora, muitas vezes, a TV esteja presente na sala de estar, ela não necessariamente precisa ser o ponto de atenção. O incremento de uma lareira, uma adega ou um canto de leitura são possibilidades complementares aos projetos.
Entretanto, a decoração e os livros é o que conecta a sala à vida de quem mora ali. Quadros, fotografias, esculturas e lembranças de viagens transformam o espaço em narrativas de vidas. Além disso, a presença de plantas favorece o frescor, a vitalidade e ajudam na qualidade do ar.
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A qualidade do ambiente construído tem impacto direto na saúde e no bem-estar dos ocupantes | Foto: Pexels



Na sala de estar, o arquiteto Raphael Wittmann investiu na estante predominantemente em serralheria e que teve a presença especial das portas de madeira vazada, tal qual um muxarabi, para fechar os armários inferiores de todo seu perímetro. Para completar, as formas orgânicas das mesas de centro | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Foto: Rafael Renzo










Na Casa Alegre, os cobogós permitem a entrada da luz na àrea externa da casa. | Projeto Rawi Arquitetura + Design | Foto: Juliana Deeke




























