10 dicas para construir uma casa moderna.
O arquiteto Raphael Wittmann, da RAWI Arquitetura, deu uma entrevista muito legal com 10 dicas para se construir uma casa moderna. O Portal Estadão Imóveis também o convidou para falar do assunto. Para acessar matéria na íntegra, visite: https://imoveis.estadao.com.br/decoracao-reforma-e-construcao/4-dicas-para-construir-uma-casa-moderna/

As imagens são de um projeto para uma residência unifamiliar em São Paulo. Entre as questões levantadas para execução do estudo estão a acessibilidade e o conceito que dialoga com a topografia acentuada.
Contratando um arquiteto
A escolha de um arquiteto ou de uma empresa de arquitetura para projetar a casa, é uma necessária e importante etapa inicial para dar início ao planejamento da construção. O arquiteto tem o conhecimento técnico capaz de deixar o espaço da maneira que o cliente gostaria, considerando também o local, a cultura, o conceito, a técnica e a legislação. Já o Engenheiro Civil é imprescindível para os projetos complementares de instalações prediais e de estruturas, bem como para direcionar a execução da obra.
Hoje em dia muitos projetos de arquitetura são apresentados somente através do modelo 3D, o que facilita a compreensão visual dos espaços pelo cliente. Contudo, o projeto executivo, que é uma etapa anterior à obra, é muito importante para um melhor detalhamento do projeto de arquitetura. Nessa etapa são feitos os projetos de iluminação, de locação dos pontos de elétrica, de pisos, desenho das portas e janelas, das áreas hidráulicas, alvenarias etc. Muitos clientes optam por não contratar esse projeto por conta do aumento dos custos. No entanto, é preciso ver o fator custo como qualidade, pois colaborará decisivamente para não ocorrer possíveis problemas durante a obra. Com um maior nível de detalhamento, poderá ser realizado um orçamento com maior precisão da obra, favorecendo o seu planejamento.
Na escolha pelo arquiteto também deve ser considerado o seu estilo. Encontrar um arquiteto que tenha uma linguagem de trabalho semelhante à almejada, pode evitar muita dor de cabeça.
Legislação
Para projetar uma casa moderna é muito importante que, antes de iniciar a obra, seja realizado um estudo da legislação do município em questão, levantando instrumentos que estão ligados diretamente ao ato da construção. A taxa de ocupação, que é a porcentagem de área construída no terreno; o coeficiente de aproveitamento, que significa o quanto pode ser construído de edificação em m2; a taxa de permeabilidade, que está ligado as áreas verdes no local; o limite de altura da edificação; e os recuos obrigatórios que são os espaços entre a casa e os muros, são alguns dos parâmetros de extrema importância para o desenvolvimento do projeto. Conhecendo a legislação, o arquiteto poderá realizar o desenho da casa dentro dos parâmetros estabelecidos pelos órgãos legais, como o município por exemplo.
Depois que definido o projeto entre o cliente e o arquiteto, o profissional de arquitetura poderá desenhar o projeto legal que será aprovado na prefeitura. Sem este processo, não é legalmente permitida a construção.

Relação do terreno com o entorno
A relação da edificação com o terreno precisa ser estudada, pois cada terreno implica em soluções diferentes de projeto. Um terreno em desnível apresenta soluções diferentes do que outro mais “plano”. Pensar como será a interação com entorno é muito importante, seja no gabarito ou porte das outras edificações, pois colabora na reflexão de como o projeto se mostrará para o restante da cidade, não se limitando ao lote.
Definindo o conceito
O conceito de um projeto é o conjunto de ideias que estarão presentes desde o seu início até o produto. O estabelecimento de um conceito permitirá com que se tenha um melhor resultado com a execução da obra da casa.
É no conceito também que será definido o partido arquitetônico do projeto, onde serão estudados e discutidos desde questões inerentes ao estilo (contemporâneo, moderno, rústico), cores, volumetria (quadrado, retangular, curvas, assimetria, equilíbrio), materialidade (piso frio, madeira, paredes de tijolos, telhado ou laje), acessibilidade (cadeirante, rampas de acesso), até questões relacionadas ao seu uso e preferências pessoais para os espaços.
Ventilação e iluminação natural
Uma casa com equilíbrio nas aberturas (janelas, portas, vãos) é fundamental para uma melhor iluminação e ventilação natural, o que trará melhor conforto aos moradores, como também será de extrema importância na eficiência energética do local. É importante estudar os materiais que serão utilizados para as aberturas, para assim não se ter problemas com eficiência energética, um exemplo é o excessivo uso de vidros que pode deixar mais quentes os ambientes internos. Por exemplo, para os quartos, é sempre melhor que se possível sejam posicionados para o leste, que é onde o Sol nasce, tomando assim o Sol da manhã nestes ambientes e não o da tarde, tornando-os mais frescos a noite.
A escolha dos materiais
É importante pesquisar bem antes de comprar os materiais, pois eles trarão a finalização necessária ao projeto, seja no conforto ou na questão compositiva. Não caia no fator de que o material de qualidade é o mais caro; pesquisando no mercado existem muitas marcas que trazem um ótimo custo-benefício. Assim é importante avaliar o que cabe no seu bolso. Materiais reutilizados, madeiras de demolição e vidros reciclados também são muito interessantes para trazer sustentabilidade ao projeto.

Sistemas para melhor eficiência do imóvel
Pensar em sistemas de aquecimento solar (que consiste na utilização de energia solar para o aquecimento de água, ar etc.), captação das águas das chuvas (para reuso em atividades domésticas) e placas fotovoltaicas (que fazem a conversão da energia solar em elétrica) são condicionantes que trazem ao projeto residencial uma melhor eficiência. No início a implementação desses sistemas pode ficar custosa, mas a longo prazo os benefícios serão maiores, o que contribuirá para o pagamento desses custos preliminares.
Projeto luminotécnico
A iluminação é um fator preponderante no projeto de uma casa. Um projeto luminotécnico bem elaborado faz com que os ambientes ganhem outra cara e sejam mais valorizados, como também auxilia na economia de energia. As cores da iluminação que podem variar de tons mais frios para os mais quentes, colaboram para o melhor bem-estar dos moradores. Uma opção bem interessante é uso do LED para realçar ambientes e mobiliário. Essa tecnologia permite uma diminuição no consumo de energia, tem uma longa durabilidade, pode ser reciclado, entre outros benefícios.
Acessibilidade
A acessibilidade é fundamental para uma melhor integração entre pessoas portadoras de necessidades especiais com a edificação. Prever rampas onde seja necessário, banheiros mais amplos com equipamentos de apoio, ambientes com maior espaço livre para circulação são alguns dos fatores essenciais ao se pensar em um projeto acessível. Para isso é preciso que o arquiteto responsável faça um estudo detalhado da Norma brasileira 9050 (NBR) da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que explicita como deve ser a acessibilidade em edificações. Além disso, mesmo em casas não acessíveis, podem ser pensados em espaços mais adaptados aos idosos, já que a população brasileira está envelhecendo. Pensar no amanhã é muito importante ao se construir uma casa.
Paisagismo
Pensar as áreas verdes da casa é uma decisão que gerará muitos benefícios ao morador e que deve estar de acordo com a legislação específica da cidade onde o projeto será feito. Os jardins externos e até as plantas no interior da edificação se colocam como refúgio ao morador, ajudando a aliviar as tensões do dia a dia e contribuindo com a saúde. Outro fator benéfico é o paisagismo como colaborador na diminuição do calor da residência, o que traz um melhor conforto térmico.
Profissionais especializados em paisagismo são altamente recomendados para este trabalho, já que poderão especificar plantas locais ou adaptadas ao solo (por exemplo indicando plantas adaptadas ao Sol e à sombra, caso a caso), de forma que se possa ter um jardim bonito e agradável.




Foto: Alexandre Disaro.


Arquiteta, mestra e urbanista brasileira, graduada pela Universidade de São Paulo em 1981, doutorada em Graduate School Of Arts and Science History Department – New York University. É Professora Titular da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP. Foi Diretora de Planejamento da cidade de São Paulo durante a gestão da Luiza Erundina e secretária nacional de Programas Urbanos do Ministério das Cidades de Lula. Por seis anos, até 2014, foi relatora especial da ONU para o Direito à Moradia Adequada.
Rosa Grena Kliass, arquiteta paisagista brasileira, considerada uma das mais importantes na história do Paisagismo Brasileiro Moderno e Contemporâneo. Entre suas obras mais significativas estão a reforma do Vale do Anhangabaú e o projeto paisagístico do Parque da Juventude, ambos na cidade de São Paulo. Foi ganhadora de inúmeros prêmios nesta área. Sagrou-se também como consultora de diversos órgãos estatais, autora de vários trabalhos publicados no país e no exterior.
Foi uma foi uma arquiteta modernista ítalo-brasileira. É conhecida por ter projetado o Museu de Arte de São Paulo (MASP) e foi casada com o crítico de arte Pietro Maria Bardi.
Nascida em 1903, na França, a arquiteta Charlotte Perriand formou-se em seu país de origem e viveu até 1999. Atuou profissionalmente não só na sua terra natal, mas também no Japão, no Vietnã e no Brasil.
Joice Berth é arquiteta e urbanista formada pela Universidade Nove de Julho e pós-graduada em direito urbanístico pela PUC de Minas Gerais. Desde o início, sua trajetória profissional na arquitetura se relaciona com o interesse pela atuação política e, hoje, Joice trabalha como assessora parlamentar. Também desenvolve pesquisas sobre questões raciais e de gênero e, em 2018, lançou o livro “O que é empoderamento?” pela editora Letramento. É colunista do portal “Justificando” e do site “Nó de oito”.
Carla Juaçaba ficou conhecida como a “arquiteta brasileira que chamou a atenção do mundo para a sustentabilidade.” Considerada uma das mulheres mais importantes da arquitetura brasileira, seu talento foi conhecido pelo mundo em 2013, quando foi contemplada com o prêmio da primeira edição do ArcVision – Mulheres e Arquitetura.
A arquiteta Kazuyo Sejima nasceu no Japão em 1956. Formou-se no seu país de origem, onde também atua profissionalmente. Possui ainda projetos em outros países, como Holanda, EUA, França, Alemanha e Espanha. Em 1992, foi nomeada como arquiteta do ano no Japão. Em 1995, iniciou sua parceria com o também arquiteto Ryue Nishizawa. Juntos fundaram o escritório de arquitetura SANAA, onde desenvolveram uma série de edifícios inovadores, dentre os quais podemos destacar o Centro de Aprendizado Rolex na Suíça e o Novo Museu de Arte Contemporânea em Nova Iorque. Em 2010, ganharam juntos o Prêmio Pritzker, um dos mais importantes prêmios de arquitetura do mundo. Kazuyo possui ainda uma carreira acadêmica. Foi professora na Universidade de Princeton, Estados Unidos, na Politécnica de Lausanne, Suíça, e nas Universidades Keio e Tama Art, no Japão.
Foi uma arquiteta iraquiana-britânica identificada com a corrente desconstrutivista da arquitetura. Formou-se em matemática na Universidade Americana de Beirute. Após se formar, passou a estudar na Architectural Association de Londres. Depois de se graduar em arquitetura, tornou-se membro do Office for Metropolitan Architecture (OMA), trabalhando com seu antigo professor, o arquiteto Rem Koolhaas. Em 1979, passou a estabelecer prática profissional própria em Londres. Na década de 1980, também lecionou na Architectural Association.
Denise Scott Brown é uma arquiteta, urbanista, professora e escritora americana, é também membro principal da empresa Venturi, Scott Brown and Associates, situada em Filadélfia. Denise Scott Brown e o seu segundo marido e sócio, Robert Venturi, são considerados, entre outros, como os arquitetos mais influentes do século XX, tanto pela vertente de arquitetura como planeamento urbano, bem como pela escrita teórica e ensino.
Carme Pigem Barceló é uma arquiteta espanhola. Membro da firma RCR Arquitectes, recebeu o Prêmio Pritzker de 2017, juntamente com seus colegas Ramón Vilalta e Rafael Aranda. Entre 1977 e 1979 estudou na Escuela de Bellas Artes de Olot, obtendo em 1987 a graduação em arquitetura na Escuela Técnica Superior de Arquitectura del Vallés (ETSA Vallés. Entre 1992 e 1999 trabalhou como professora de projetos arquitetônicos na ETSA Vallés e foi membro do corpo de examinadores dos exames finais de 1995 a 2004. De 1997 a 2003 foi professora de projetos arquitetônicos da Escuela Técnica Superior de Arquitectura de Barcelona (ETSAB) e membro do corpo de examinadores em 2003. Desde 2005 é professora visitante no Departamento de Arquitetura do Instituto Federal de Tecnologia de Zurique, Suíça.
Amaza Lee Meredith, arquiteta, educadora e artista afro-americano. Meredith foi incapaz de entrar na profissão de arquiteta por causa de sua raça e seu sexo. Trabalhou principalmente como professora de arte no Virginia State College, onde fundou o departamento de arte. Ela é mais conhecida por sua residência, Azurest South, onde ela e sua parceira, Edna Meade Colson, moravam juntas. Meredith nasceu em Lynchburg, Virginia.
Arquiteta americana nascida em 1918. Trabalhou com Mies van der Rohe em projetos estruturais e também ajudou no projeto do parque do Ibirapuera em São Paulo, Brasil. Sua carreira foi marcada por episódios de racismo e sexismo e, por causa desse preconceito, mudou-se para o Brasil em 1954. Foi a única arquiteta – de qualquer gênero – a aparecer na lista anual das 100 pessoas mais influentes da revista TIME.
A função do engenheiro é elaborar construções e reformar casas, prédios, viadutos, estradas, dentre outras coisas. Esse profissional tem como objetivo calcular e projetar estruturas e instalações, bem como gerenciar e executar obras.
Esse profissional organiza e projeta espaços visando as normas, funcionalidade, conforto e composição. É o profissional mais habilitado, preparado e especializado para executar os projetos arquitetônicos, sempre com foco no uso do imóvel, considerando a disposição dos móveis, ventilação, iluminação, além de aspectos de sustentabilidade. Ou seja, o arquiteto é quem planeja e organiza os espaços internos e externos onde as pessoas vão morar, trabalhar e ter seu lazer, como em casas, prédios, museus, cinemas e teatros.

